ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS E JULGAMENTO COLEGIADO EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO

ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS E JULGAMENTO COLEGIADO EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO

Autores

  • Marcelo Yukio Misaka
  • Fábio Pinha Alonso

Resumo

CRIMINAL ORGANIZATIONS AND COLLEGIATE TRIAL IN THE FIRST JURISDICTION DEGREE

RESUMO: Este artigo trata do julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição, introduzido no Brasil pela Lei nº 12.694/2012 para os crimes praticados por organizações criminosas. Partindo do conceito de organização criminosa, serão analisados os pressupostos e requisitos à formação do colegiado, confrontando o instituto com outros semelhantes no direito comparado. Também será abordada a diferença entre o projeto inicial, apresentado pela Associação dos Juízes Federais, e a lei aprovada, bem como a compatibilidade do instituto com princípios processuais constitucionais (juiz natural, fundamentação das decisões judiciais e publicidade dos atos processuais) e legais (identidade física do juiz).

PALAVRAS-CHAVE: Julgamento colegiado; organização criminosa; princípios processuais constitucionais; Poder Judiciário. 

ABSTRACT: This article deals with the collegial judgment in the first degree of jurisdiction, introduced in Brazil by Law 12. 694/2012 for crimes committed by criminal organizations. Based on the concept of criminal organization will review the assumptions and requirements of collegiate training, comparing with other similar institute in comparative law. Also addressed will be the difference between the initial project, presented by the Association of Federal Judges and the law passed, as well as compatibility with the institute constitutional procedural principles (Judge Natural Grounds of judgments and publicity of procedural acts) and legal (Physical Identity Judge). 

KEYWORDS: Trial board; criminal organization; procedural constitutional principles; judiciary. 

SUMÁRIO: Introdução; 1 Conceito de organização criminosa; 2 A Lei nº 12.694/2012, de 24 de julho de 2012; 3 Direito comparado; 4 Sugestão da Associação dos Juízes Federais; 5 II Pacto Republicado formulado entre os três Poderes da República; 6 Constitucionalidade do julgamento colegiado em primeiro grau de jurisdição; Conclusão; Referências. 

SUMMARY: Introduction; 1 Concept of Criminal Organization; 2 Law 12.694/2012; 3 Comparative Law; 4 Ajufe’s suggestion; 5 II Reppublican Pact forged among the three powers of the Republic; 6 Constitutionality of the coleggiate trial in the first jurisdiction degree; Conclusion; References.

Referências

ABREU, Marcos. A Lei nº 12.694/2012 não cria a figura dos juízes sem rosto, nem nada assemelhado. A figura mais próxima seria a Cour d’Assises. Disponível em: <http://anamages.org.br/web/artigos/a-lei-12-6942012-nao-cria-a-figura-dos-juizes-sem-rosto-nem-nada-assemelhado-a-figura-mais-proxima-seria-a-cour-dassises>. Acesso em: 14 out. 2012.

BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, v. 4, t. III, 1997.

BECK, Francis Rafael. Perspectivas de controle ao crime organizado e crítica à flexibilização das garantias. São Paulo: IBCCrim, 2004.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, 2: parte especial: dos crimes contra a pessoa. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.

BRASIL. Planalto. II Pacto Republicano. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Outros/IIpacto.htm>. Acesso em: 04 out. 2012.

BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2008.

CAVALCANTE. Márcio André Lopes. Comentários à Lei nº 12.694/2012 (Julgamento colegiado em primeiro grau de crimes praticados por organizações criminosas. Disponível em: <http://www.dizerodireito.com.br/#uds-search-results>. Acesso em: 04 out. 2012.

COLÔMBIA. Congreso de La Republica de Colombia. Decreto nº 2.700/1991. Disponível em: <ftp://ftp.camara.gov.co/camara/basedoc/codigo/codigo_procedimiento_penal_1991.html>. Acesso em: 04 out. 2012.

COUTURE, Eduardo J. Introduccion al estúdio del processo civil. 2. ed. Edicione Depalma: Buenos Aires, 1989.

EUROPEAN Justice. Sistema Judiciário. Tribunais ordinários da Bélgica. Disponível em: <https://e-justice.europa.eu/content_ordinary_courts-18-be-pt.do>. Acesso em: 04 out. 2012.

______. Sistema judiciário. Tribunais ordinários da França. Disponível em: <https://e-justice.europa.eu/content_ordinary_courts-18-fr-pt.do?member=1>. Acesso em: 04 out. 2012.

FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 37. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

FRANCO, Alberto Silva; STOCO, Rui (Coord.). Código Penal e sua interpretação: doutrina e jurisprudência. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

GOMES, Luiz Flávio; CERVINI, Raúl. Crime organizado: enfoques criminológico, jurídico e político criminal. São Paulo: Revista dos Tribunais: São Paulo, 1995.

GRECO FILHO, Vicente. Tutela constitucional das liberdades. São Paulo: Saraiva, 1989.

GRINOVER, Ada Pellegrini; CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2011.

LOPES, Aury Jr. Introdução crítica ao processo penal: fundamentos da instrumentalidade constitucional. 4. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. O conteúdo jurídico do princípio da igualdade. 3. ed. São Paulo: Malheiros, 1999.

MINGARD, Guaracy. O Estado e o crime organizado. Monografia nº 5, São Paulo, IBCCrim, 1998.

MIRABETE, Júlio Fabbrini; FABBRINI, Renato N. Código penal interpretado. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MORAES, Maurício Zanoide de. Código de Processo Penal e sua interpretação jurisprudencial. In: FRANCO, Alberto Silva; STOCCO, Rui (Coord.). 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004.

______. Publicidade e proporcionalidade. Sigilo no processo penal: eficiência e garantismo. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2008.

NUCCI, Guilherme de Souza. Princípios constitucionais penais e processuais penais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.

PERU. Congreso de La Republica de Perú. Decreto-Ley 25.475/92. Disponível em: <http://www.congreso.gob.pe/ntley/Imagenes/Leyes/25475.pdf>. Acesso em: 04 out. 2012.

RIPOLLÉS, José Luis Díez. A racionalidade das leis penais: teoria e prática. Trad. Luiz Régis Prado. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2005.

SÁNCHES, Jesús-María Silva. Aproximação ao direito penal contemporâneo. Trad. Roberto Barbosa Alves. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

SAN José da Costa Rica. Corte Interamericana de Direitos Humanos. Garcia Asto y Ramires Rojas vs. Peru. Disponível em: <http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_137_esp.pdf>. Acesso em: 04 out. 2012.

SILVA, Eduardo Araújo. Crime organizado: procedimento probatório. São Paulo: Atlas, 2003.

VIEIRA, Ana Lúcia Menezes. Processo penal e mídia. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl; PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal brasileiro: parte geral. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, v. 1, 2006.

Downloads

Publicado

27-12-2012

Como Citar

MISAKA, M. Y.; ALONSO, F. P. ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS E JULGAMENTO COLEGIADO EM PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO. Revista da AJURIS - QUALIS A2, [S. l.], v. 39, n. 128, p. 251–278, 2012. Disponível em: https://revistadaajuris.ajuris.org.br/index.php/REVAJURIS/article/view/740. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

DOUTRINA NACIONAL
Loading...