A SOCIEDADE NANOTECNOLÓGICA E NOVOS DESAFIOS DO DIREITO AMBIENTAL: ENTRE A SUSTENTABILIDADE E A ECONOMIA CIRCULAR PARA GESTÃO DO (NANO)RISCO
Abstract
NANOTECHNOLOGICAL SOCIETY AND NEW CHALLENGES IN ENVIRONMENTAL LAW: BETWEEN SUSTAINABILITY AND THE CIRCULAR ECONOMY FOR (NANO) RISK MANAGEMENT
ÁREA(S): direito ambiental; novos direitos.
RESUMO: Este estudo apresenta as nanotecnologias no cenário da Quarta Revolução Industrial e os seus desafios jurídicos. Não existem marcos regulatórios legislativos específicos bem definidos para as investigações, produções industriais, comercialização e a destinação final de produtos que contenham nanopartículas. Por conta disso, apresentar-se-á o cenário nanotecnológico e ainda a atenção ao nanorisco, para depois perpassar o princípio da Sustentabilidade ambiental, importante neste contexto. Por fim, a partir da proposta de adoção de economia circular, verifica-se possibilidade de enfrentamento da gestão de riscos nanotecnológicos. Obtem-se na pesquisa um arcabouço regulatório a guiar a construção de instrumentos autorregulatórios por parte das organizações que inovam a partir da escala nanométrica. A partir da Ciência Regulatória se projeta estes elementos substanciais para a arquitetura do ambiente (nano)regulatório, inovadoras neste cenário e apoiando suas bases na Sustentabilidade ambiental e economia circular.
ABSTRACT: This study presents nanotechnologies in the scenario of the Fourth Industrial Revolution and its legal challenges. There are no well-defined specific legislative regulatory frameworks for investigations, industrial production, marketing and final destination of products containing nanoparticles. As a result, the nanotechnological scenario and the attention to nanotechnological risk will be presented, in order to follow the principle of environmental sustainability, which is important in this context. Finally, based on the proposed adoption of a circular economy, there is a possibility of confronting the management of nanotenchological risks. The research is a regulatory framework that guides the construction of self-regulatory instruments by organizations that innovate from the nanometric scale. From the Regulatory Science project these substantial elements for the architecture of the (nano) regulatory environment, innovative in this scenario and supporting its bases in environmental Sustainability and circular economy.
PALAVRAS-CHAVE: nanotecnologias; risco; direito ambiental; sustentabilidade; economia circular.
KEYWORDS: nanotechnologies; risk; environmental law; sustainability; circular economy.
SUMÁRIO: Introdução; 1 Entendendo o mundo nano: atenção do direito ambiental devido aos riscos; 2 Sustentabilidade ambiental e a adoção de economia circular: uma alternativa para efetiva gestão dos riscos nanotecnológicos; Conclusão; Referências.
SUMMARY: Introduction; 1 Understanding the nano world: environmental law's attention to risks; 2 Environmental sustainability and the adoption of circular economy: an alternative for effective management of nanotecnological risks; Conclusion; References.
References
BARBAT, A. S. Estudios de Derecho de Seguros y Reaseguros. Montevideo: La Ley Uruguay, 2016.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
BECK, Ulrich. A metamorfose do mundo: novos conceitos para uma nova realidade. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Editora Zahar. 2018.
BERTI, L. A.; PORTO, L. M. Nanossegurança: guia de boas práticas em nanotecnologia para fabricação e laboratórios. São Paulo: Cengage Learning, 2016.
BRASIL. Lei nº 13.243, de 11 de janeiro de 2016. Dispõe sobre estímulos ao desenvolvimento científico, à pesquisa, à capacitação científica e tecnológica e à inovação e altera a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, a Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, a Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, a Lei nº 8.010, de 29 de março de 1990, a Lei nº 8.032, de 12 de abril de 1990, e a Lei nº 12.772, de 28 de dezembro de 2012, nos termos da Emenda Constitucional nº 85, de 26 de fevereiro de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_ Ato2015-2018/2016/Lei/L13243.htm>. Acesso em: 14 mar. 2021.
BUSINESS EUROPE, 2015. Circular economy: a key pillar of a strategic european resource policy. Disponível em: https://www.businesseurope.eu/publications/circular-economy-key-pillar-strategic-european-resource-policy-how-companies-europe. Acesso em: 14 mar. 2021.
CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, Jean et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014, p. 295-316.
CNI, Confederação Nacional da Indústria. Economia circular: oportunidades e desafios para a indústria brasileira. Brasília: CNI, 2018.
DELMAS-MARTY, Mireille. Libertés et sûreté dans un monde dangereux. Éditions du Seuil,Paris, 2010.
DURÁN, Nelson; MATTOSO, Luiz Henrique Capparelli; MORAIS, Paulo Cezar de. Nanotecnologia: introdução, preparação e caracterização de nanomateriais e exemplos de aplicação. 1. ed. São Paulo: Artliber, 2006.
ENGELMANN, Wilson. Nanotecnologias e direitos humanos. Cadernos de Dereito Actual. Nº 9. Núm. Ordinário (2018), p. 441-487 ·ISSN 2340-860X.
EUROPEAN COMISSION. Financiamento Sustentável: Comissão congratula-se com a adoção pelo Parlamento Europeu do Regulamento Taxonomia. Junho 2020.Disponível em: https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/pt/ip_20_1112. Acesso em: 20 mar. 2021.
EUROPEAN COMMISSION. High-Level Expert Group on key Enabling Technologies (HLG-KET). Final Report: KETs: time to act, Brussels, June 2015. Disponível em: <http://ec.europa.eu/DocsRoom/documents/11082/ attachments/1/translations>. Acesso em: 14 mar. 2021.
FOLHA DE SÃO PAULO. Europa cria 'selo verde' para priorizar investimento em atividades sustentáveis. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/06/europa-cria-selo-verde-para-priorizar-investimento-em-atividades-sustentaveis.shtml>. Acesso em: 20 mar. 2021.
FREITAS, Juarez. Sustentabilidade: direito ao futuro. Belo Horizonte: Fórum, 2012.
GRACIOUS Consortium. Disponível em: https://www.h2020gracious.eu/about/consortium. Acesso em: 14 mar. 2021.
HOHENDORFF, Raquel. A contribuição do safe by design na estruturação autorregulatória da gestão dos riscos nanotecnológicos: lidando com a improbabilidade da comunicação intersistêmica entre o direito e a ciência em busca de mecanismos para concretar os objetivos de sustentabilidade do milênio. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Direito Público. 2018. 480 p. Disponível em: <http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7055>. Acesso em: 14 mar. 2021.
INTRODUCTION. Nanotechnology Products Database (NPD). [S.l.], 2021. Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2021.
ISAIAH, David. Automotive grade graphene: the ClockisTicking. Automotive World, Wales, Aug. 26 2015. Disponível em: <http://www.automotiveworld.com/analysis/automotive-grade-graphene-clock-ticking/>. Acesso em: 14 mar. 2021.
ISO/TC 229. Disponível em: <http://www.iso.org/iso/iso_technical_committee?commid=381983>. Acesso em: 14 mar. 2021.
JIMÉNEZ, Araceli Sánchez et al. Safe(r) by design implementation in the nanotechnology industry. In NanoImpact, v. 20, 2020.
KÜHNEL, Dana et al. Environmental impacts of nanomaterials: providing comprehensive information on exposure, transport and ecotoxicity - the project DaNa2.0. Environmental Sciences Europe, v. 26, n. 21, 2014. Disponível em: http://www.enveurope.com/content/26/1/21. Acesso em: 14 mar. 2021.
LARSSON, S., JANSSON, M., BOHOLM, A. Expert stakeholders’ perception of nanotechnology: risk, benefit, knowledge, and regulation. J. Nanopart. Res. v. 21, n. 57, 2019.
LASKOW, Sarah. The strongest, most expensive material on earth. The Atlantic. Washington, Sept. 23 2014. Disponível em: <http://www.theatlantic.com/technology/archive/2014/09/the-strongest-most-expensive-material-on-earth/380601/>. Acesso em: 14 mar. 2021.
LAURINDO, M. A viabilidade da economia circular à luz da Política Nacional de Resíduos Sólidos: Lei 12.305 de 02 de agosto de 2010. Monografia apresentada à Universidade Federal de Santa Catarina como pré-requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas. Florianópolis: 2016.
LEAL, Daniele W. S.; ENGELMANN, Wilson. A autorregulação da destinação final dos resíduos nanotecnológicos (NANOWASTE): o Pluralismo Jurídico entre a gestão dos riscos e os protocolos da OECD. 1. ed. São Leopoldo: Karywa, 2018. v. 1.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. A Informação como Direito Fundamental do Consumidor. IN: MARQUES, Cláudia Lima; MIRAGEM, Bruno (Orgs.). Doutrinas Essenciais. Direitos do Consumidor. São Paulo: RT, 2011, vol. III, p. 527-82. (Edições Especiais).
LUHMANN, Niklas. Sociedad y sistema: la ambición de la teoria. Tradução de Santiago López Petit y Dorothee Schmitz. Barcelona: Paidós, 1990.
LUHMANN, Niklas. Sociología del riesgo. Tradução de Silvia Pappe, Brunhilde Erker, Luis Felipe Segura. México: Universidad Iberoamericana, 2006.
LUZ, B. Economia circular Holanda: Brasil: da teoria à prática. 1. ed. Rio de Janeiro: Exchange 4 Change Brasil, 2017.
OECD. Observer, abril de 2016. Disponível em: <https://issuu.com/oecd.publishing/docs/oecdobserver_306_q2_2016_lowres/1?e=3055080/38458478>. Acesso em: 14 mar. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONUBR. Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/ods12/>. Acesso em: 14 mar. 2021.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONUBR. Preâmbulo. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/>. Acesso em: 14 mar. 2021.
PAVLICEK Anna et al. A European nano-registry as a reliable database for quantitative risk assessment of nanomaterials? A comparison of national approaches. NanoImpact, v. 21, 2021. Disponível em: www.elsevier.com/locate/nanoimpact. Acesso em: 14 mar. 2021.
PRADO FILHO, Hayrton Rodrigos do. A avaliação do ciclo de vida (ACV) e a economia circular. REVISTA AD NORMAS, Setembro de 2018. Disponível em: <https://revistaadnormas.com.br/2018/09/04/a-avaliacao-do-ciclo-de-vida-acv-e-a-economia-circular/>.Acesso em: 14 mar. 2021.
REGINATO, Andréa Depieri de A. Uma introdução à pesquisa documental. In: Machado, Maíra Rocha (Org.). Pesquisar empiricamente o direito. São Paulo: Rede de Estudos Empíricos em Direito, 2017, p. 189-224.
SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Direitos ambientais procedimentais: acesso à informação, à participação pública na tomada de decisão e acesso à justiça em matéria ambiental. Revista Novos Estudos Jurídicos - Eletrônica, Vol. 23 - n. 2 - maio-ago 2018. Doi:10.14210.
SCHWAB, K. A quarta revolução industrial. Tradutor Daniel Moreira Miranda. São Paulo: Edipro, 2016.
SCHWAB, Klaus. Aplicando a Quarta revolução industrial. Tradutor Daniel Moreira Miranda. São Paulo: Edipro, 2018.
SIMEONE, Felice C. et al. Assessing occupational risk in designs of production processes of nano-materials. NanoImpact, v. 14, 2019. Disponível em: www.elsevier.com/locate/nanoimpact. Acesso em: 14 mar. 2021.
SOETEMAN-HERNÁNDEZ, Lya G. et al. Modernizing innovation governance to meet policy ambitions through trusted environments. In NanoImpact, v. 21, 2021.
SUNSTEIN Cass R. Ruining popcorn? The welfare effects of information. Journal of Risk and Uncertainty. v. 58, 2019, p. 121-142.
SUSTENTÁVEL 2018. Resumo final. 2018. Disponível em: <http://cebds.org/publicacoes/resumo-final-sustentavel-2018/#.W81JXmhKjIU>. Acesso em: 14 mar. 2021.
THE CENTER FOR SUSTEINABLE NANOTECHNOLOGY. About us. Madison, 2015. Disponível em: <https://susnano.wisc.edu/about/>. Acesso em: 14 mar. 2021.
THE GUARDIAN. What is nano? Is nano a cleaner option?. Out. 2013. Disponível em:<https://www.theguardian.com/what-is-nano/nano-a-cleaner-option?CMP=share_btn_link>. Acesso em: 14 mar. 2021.
VAN WEZEL, A. P. et al. Risk analysis and technology assessment in support of technology development: putting responsible innovation in practice in a case study for nanotechnology. Integr. Environ. Assess. Manag. v. 14, 2018, p. 9-16.
VON SCHOMBERG, René. A vision of responsible innovation. In: OWEN, Richard; BESSANT, John; HEINTZ, Maggy (Ed.). Responsible innovation: managing the responsible emergence of science and innovation in society. Nova Jersey: Wiler, 2013.
WEZEL, Annemarie P. van et al. Risk analysis and technology assessment in support of technology development: putting responsible innovation in practice in a case study for nanotechnology. Integrated Environmental Assessment and Management, Pensacola, v. 14, n. 1, Jan. 2018. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28901636>. Acesso em: 14 mar. 2021.
WHITE, Jason C.; GARDEA-TORRESDEY, Jorge. Achieving food security through the very small. Nanotechnology and agriculture. Published: 06 August 2018. Nature Nanotechnology. v. 13, p. 627–629 (2018). Disponível em: <https://doi.org/10.1038/s41565-018-0223-y>. Acesso em: 14 mar. 2021.
ZAFRA, E. “Siete retos para el futuro de la nanotecnología española”, MIT Technology Review, 06 Septiembre, 2012. Disponível em: <https://www.technologyreview.es/s/2967/siete-retos-para-el-futuro-de-la-nanotecnologiaespanola>. Acesso em: 14 mar. 2021.
ZEB, Aurang et al. Knowledge domain and emerging trends in nanoparticles and plants interaction research: A scientometric analysis. NanoImpact, v. 21, 2021. Disponível em: www.elsevier.com/locate/nanoimpact. Acesso em: 14 mar. 2021.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution [6 meses] após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) somente seis meses após a efetiva publicação na Revista, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).