CONSENSUALIDADE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL): UM OLHAR DE RELANCE SOBRE A NOVA FISCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA PAUTADA À LUZ DA TEORIA DE REGULAÇÃO RESPONSIVA: a glance at the new Strategic Inspection based on the theory of Responsive Regulation

CONSENSUALIDADE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL): UM OLHAR DE RELANCE SOBRE A NOVA FISCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA PAUTADA À LUZ DA TEORIA DE REGULAÇÃO RESPONSIVA

a glance at the new Strategic Inspection based on the theory of Responsive Regulation

Autores

  • Carlos Alberto Ferreira Lima
  • Carlos Eduardo Carvalho Lima ANEEL

Resumo

CONSENSUALITY IN THE SANCTIONING ADMINISTRATIVE PROCESS OF THE NATIONAL ELECTRIC ENERGY AGENCY (ANEEL): A GLANCE AT THE NEW STRATEGIC INSPECTION BASED ON THE THEORY OF RESPONSIVE REGULATION

ÁREA(S): direito administrativo sancionador; regulação responsiva; direito público.

RESUMO: O presente artigo faz uma releitura do processo administrativo sancionador da Agência Nacional de Energia Elétrica (“Aneel”), especificamente quanto à possibilidade de ganhos de eficiência pela adoção de mecanismos de consensualidade. A partir da exploração de fontes bibliográficas e da análise de documentos oficiais expedidos pela Aneel, discute-se a transição do modelo de “fiscalização tradicional”, consubstanciada nas ferramentas de comando e controle, com viés bastante punitivo, para a denominada “fiscalização estratégica”, sedimentada à luz da teoria de regulação responsiva, com caráter preventivo, orientativo e educativo da fiscalização. O processo administrativo sancionador deve objetivar, fundamentalmente, o restabelecimento da conformidade regulatória, de maneira menos custosa e mais eficiente, com efetiva melhoria da qualidade na prestação dos serviços públicos de distribuição e transmissão de energia elétrica.

ABSTRACT: This article reinterprets the sanctioning administrative process of the National Electric Energy Agency (“ANEEL”), specifically regarding the possibility of efficiency gains through the adoption of consensus mechanisms. Based on the exploration of bibliographic sources and the analysis of official documents issued by ANEEL, the transition from the “Traditional Inspection” model, embodied in command and control tools, with a very punitive bias, to the so-called “Strategic Inspection” is discussed, grounded in the light of the theory of responsive regulation, with a preventive, guiding and educational nature of inspection. The sanctioning administrative process must fundamentally aim at restoring regulatory compliance, in a less costly and more efficient manner, with an effective improvement in the quality of the provision of public electricity distribution and transmission services.

PALAVRAS-CHAVE: direito administrativo sancionador; consensualidade; Aneel; fiscalização estratégica; regulação responsiva.

KEYWORDS: sanctioning administrative law; consensuality; ANEEL; strategic oversight; responsive regulation.

SUMÁRIO: Introdução; 1 Fiscalização e sanção no âmbito da Agência Nacional de Energia Elétrica (“Aneel”): arcabouço legal, regulamentar e demais normatizações aplicáveis à espécie; 2 Fiscalização tradicional dos serviços de eletricidade; 3 Fragilidades do modelo de fiscalização tradicional e necessidade de reforma; 4 Consensualidade no direito administrativo sancionador; 5 Fiscalização estratégica pautada à luz da teoria de regulação responsiva; Conclusão; Referências.

SUMMARY: Introduction; 1 Inspection and sanction within the scope of the National Electric Energy Agency (“ANEEL”): legal framework, regulations and other norms applicable to the species; 2 Traditional supervision of electricity services; 3 Fragilities of the traditional inspection model and need for reform; 4 Consensuality in sanctioning administrative law; 5 Strategic supervision based on the theory of responsive regulation; Conclusion; References.

Referências

ARAGÃO, A. S. O princípio da eficiência. Revista Brasileira de Direito Público – RBDP, Belo Horizonte, n. 4, a. 2, jan./mar. 2004.

BRAITHWAITE, J.; AYRES, I. Responsive regulation: transcending the deregulation debate. New York: Oxford University Press, 1992.

BRAITHWAITE, J. The essence of responsive regulation (fasken lecture): UBC Law Review, Vancouver, v. 44, n. 3, 2011.

BRASIL. Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996. Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, disciplina o regime das concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências. Brasília, 1996.

BRASIL. Lei nº 13.655, de 25 de abril de 2018. Inclui no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), disposições sobre segurança jurídica e eficiência na criação e na aplicação do direito público. Brasília. 2018.

BRASIL. Decreto nº 2.335, de 6 de outubro de 1997. Constitui a Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, autarquia sob regime especial, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções de Confiança e dá outras providências. Brasília, 1997.

BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa nº 846, de 11 de junho de 2019. Aprova procedimentos, parâmetros e critérios para a imposição de penalidades aos agentes do setor de energia elétrica e dispõe sobre diretrizes gerais da fiscalização da Agência. Brasília, 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Nota Técnica nº 217/2015-SFE/Aneel, de 15 de dezembro de 2015. Metodologia para o monitoramento contínuo e diagnóstico técnico preventivo das Distribuidoras e Transmissoras de Energia Elétrica. Brasília, 2015.

BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Missão e visão. Disponível em: https://www.aneel.gov.br/missao-e-visao. Acesso em: 10 fev. 2023.

DALLARI, A. A. Privatização, eficiência e responsabilidade. Revista da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, São Bernardo do Campo, a. 8, v. 10, p. 6-7, 2004. Disponível em: direitosbc.br. Acesso em: 10 fev. 2023.

FERNANDES, C. de A. G. A reforma do modelo de fiscalização do setor elétrico brasileiro. 2018. 30 p. Dissertação (Especialização em Gestão Pública) – Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, Brasília. 2018. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/3376/1/A%20reforma%20do%20modelo%20de%20fiscaliza%C3%A7%C3%A3o%20do%20setor%20el%C3%A9trico%20brasileiro.pdf. Acesso em: 10 fev. 2023.

MARQUES NETO, F. de A. Poder de sanção – Órgão regulador – Aneel. FGV – Revista de Direito Administrativo, v. 221, p. 353-370, 1º jul. 2000. Disponível em: fgv.br. Acesso em: 10 fev. 2023.

MOREIRA NETO, D. de F. Mutações do direito administrativo. Rio de Janeiro: Renovar, 2000.

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OCDE). Regulatory Enforcement and Inspections, OECD Best Practice Principles for Regulatory Policy. Paris: OECD Publishing, 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1787/9789264208117-en. Acesso em: 13 fev. 2023.

PALMA, J. B. de. Sanção e acordo na Administração Pública. São Paulo: Malheiros, 2015.

VORONOFF, A. Direito administrativo sancionador no Brasil. Belo Horizonte: Fórum. Versão digital. 2018.

Publicado

2023-08-22

Como Citar

LIMA, C. A. F.; LIMA, C. E. C. CONSENSUALIDADE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO SANCIONADOR DA AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL): UM OLHAR DE RELANCE SOBRE A NOVA FISCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA PAUTADA À LUZ DA TEORIA DE REGULAÇÃO RESPONSIVA: a glance at the new Strategic Inspection based on the theory of Responsive Regulation. Revista da AJURIS - QUALIS A2, [S. l.], v. 50, n. 154, p. 31–58, 2023. Disponível em: https://revistadaajuris.ajuris.org.br/index.php/REVAJURIS/article/view/1359. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

DOUTRINA NACIONAL
Loading...