ACESSO À JUSTIÇA EM ÁREAS REMOTAS NO AMAZONAS: A COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL ENTRE O PODER JUDICIÁRIO E A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA A PRÁTICA DE ATOS DE COMUNICAÇÃO PROCESSUAL
INSTITUTIONAL COOPERATION BETWEEN THE JUDICIARY AND PUBLIC ADMINISTRATION FOR THE PRACTICE OF ACTS OF PROCESSUAL COMMUNICATION
Resumo
ACCESS TO JUSTICE IN REMOTE AREAS IN AMAZONAS: INSTITUTIONAL COOPERATION BETWEEN THE JUDICIARY AND PUBLIC ADMINISTRATION FOR THE PRACTICE OF ACTS OF PROCESSUAL COMMUNICATION
ÁREA(S): direito constitucional; direito processual civil.
RESUMO: Este trabalho aborda a problemática do acesso à justiça em áreas remotas do estado do Amazonas, onde as distâncias geográficas e as peculiaridades socioculturais representam desafios significativos. O objetivo é propor medidas para democratizar o acesso judicial e melhorar a qualidade de vida dos envolvidos, especialmente em comunidades tradicionais, como as populações indígenas e ribeirinhas. Para isso, é realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando artigos científicos, resoluções do Conselho Nacional de Justiça e manuais jurídicos. A metodologia inclui também análise da cooperação interinstitucional entre o Poder Judiciário e a Saúde Indígena no Amazonas. Conclui-se que a compreensão das complexidades do processo judicial e a cooperação entre instituições são essenciais para garantir o acesso à justiça nessas regiões remotas, promovendo uma gestão processual mais eficiente e inclusiva.
ABSTRACT: This paper addresses the issue of access to justice in remote areas of the state of Amazonas, where geographical distances and sociocultural peculiarities pose significant challenges. The aim is to propose measures to democratize judicial access and improve the quality of life of those involved, especially in traditional communities such as indigenous and riverside populations. To achieve this, a bibliographic research is conducted, using scientific articles, resolutions of the National Council of Justice, and legal manuals. The methodology also includes an analysis of interinstitutional cooperation between the Judiciary and Indigenous Health in Amazonas. It is concluded that understanding the complexities of the judicial process and cooperation between institutions are essential to ensure access to justice in these remote regions, promoting a more efficient and inclusive procedural management.
PALAVRAS-CHAVE: acesso à justiça; Amazonas; áreas remotas; cooperação interinstitucional; povos tradicionais.
KEYWORDS: access to justice; Amazonas; remote areas; interinstitutional cooperation; traditional peoples.
SUMÁRIO: Introdução; 1 O acesso à justiça no Amazonas: a necessária compreensão cultural e seu impacto no processo judicial; 2 A problemática das comunicações processuais em áreas remotas do Amazonas; 3 A cooperação interinstitucional para a prática de atos de comunicação processual em áreas de acesso remoto do Amazonas: a gestão processual adequada; 4 A cooperação entre o poder judiciário e a saúde indígena: o caso do Amazonas; Conclusões; Referências.
SUMMARY: Introduction; 1 Access to justice in Amazonas: the Necessary cultural understanding and its impact on the judicial process; 2 The problem of judicial communications in remote areas of Amazonas; 3 Interinstitutional cooperation for the practice of judicial communications in remote areas of Amazonas: adequate procedural management; 4 Cooperation between the judiciary and indigenous health: the case of Amazonas; Conclusions; References.
Referências
ADAMS, C.; MURRIETA, R.; NEVES, W. (org.). Sociedades caboclas amazônicas: modernidade e invisibilidade. São Paulo: Annablume, 2006.
ALVES, T. M. Gerenciamento processual no novo CPC: mecanismos para gestão cooperativa da instrução. Salvador: JusPodivm, 2019.
AULIO, R. S. O modelo cooperativo de processo civil no novo CPC. Salvador: JusPodivm, 2017.
BACELLAR, R. P. Juiz servidor, gestor e mediador. Brasília: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – Ministro Sálvio de Figueiredo Texeira, 2013. 163p.: il. – (Coleção selo), p. 21. Disponível em: https://www.enfam.jus.br/wpcontent/uploads/2014/08/Juiz_Gestor.pdf. Acesso em: 12 dez. 2021.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Diário Oficial da União, Brasília, 2015b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm.
BOCHENEK, A. C.; ZANONI, L. O. T. C. Z. Análise da pesquisa: resposta judiciária à pandemia da covid 19 – Países lusófonos. Disponível em: https://www.jfsp.jus.br/documentos/administrativo/NUBI/Ana__lise_da_Pesquisa_IACA_PACED_IJUSPLAB.docx.pdf.
CABRAL, A. do P. Juiz natural e eficiência processual: flexibilização, delegação e coordenação de competências no processo civil. In: MARINONI, L. G.; ARENHART, S. C.; MITIERO, D. (org.). São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021.
CASTELLS, M. A sociedade em rede: a era da informação: economia, sociedade e cultura. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à Justiça. Tradução: Ellen Gracie Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris, 1998.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução nº 397, de 9 de junho de 2021. Altera a Resolução CNJ nº 322/2020, que estabelece, no âmbito do Poder Judiciário, medidas para a retomada dos serviços presenciais, observadas as ações necessárias para prevenção de contágio pelo novo coronavírus – Covid-19, e dá outras providências. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3977.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Resolução nº 350, de 27 de outubro de 2020. Estabelece diretrizes e procedimentos sobre a cooperação judiciária nacional entre os órgãos do Poder Judiciário e outras instituições e entidades, e dá outras providências. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files/compilado164344202111036182bc40024fd.pdf.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Recomendação nº 38, de 3 de novembro de 2011. Recomenda aos tribunais a instituição de mecanismos de cooperação judiciária entre os órgãos do Poder Judiciário, e dá outras providências. Disponível em: https://atos.cnj.jus.br/files//recomendacao/recomendacao_38_03112011_16102012130140.pdf.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Meta 9 do Poder Judiciário. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/agenda-2030/meta-9-do-poder-judiciario/. Acesso em: 24 jun. 2022.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Os indígenas no censo demográfico de 2010: primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf. Acesso em: 14 dez. 2021.
DIDIER JR., F. Cooperação Judiciária Nacional: esboço de uma teoria para o Direito brasileiro. 2. ed. Salvador: JusPodivm, 2021.
GOUVÊA, C. P. Análise dos custos da desigualdade: efeitos institucionais do círculo vicioso de desigualdade e corrupção. São Paulo: Quartier Latin, 2021.
GURSEN DE MIRANDA; ELOANA, T. Hermenêutica e o sujeito no Direito amazônico. In: RANGEL, J. de C. M. (org.). Direito amazônico e hermenêutica constitucional: fundamentos da república. Curitiba: Juruá, 2019.
HARTMANN, G. K. Competência no processo civil: da teoria tradicional à gestão judicial da competência adequada. Salvador: JusPodivm, 2021.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Classificação e caracterização dos espaços rurais e urbanos do Brasil: uma primeira aproximação. Rio de Janeiro: IBGE, Coordenação de Geografia, 2017. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/rural_urbano/. Acesso em: 3 out. 2021.
MALHEIRO, E. P. A inclusão digital como direito fundamental na sociedade da informação. Revista dos Tribunais [recurso eletrônico], São Paulo, n. 987, jan. 2018. Disponível em: https://dspace.almg.gov.br/retrieve/120282/Emerson%20Penha%20Malheiro.pdf.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil/Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/16.
RESENDE CHAVES JÚNIOR, J. E. Cooperação Judiciária na Justiça do Trabalho. Revista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, Belo Horizonte, v. 61, n. 92, p. 107-130, jul./dez. 2015.
SADEK, M. T. A. (2014). Acesso à justiça: um direito e seus obstáculos. Revista USP, (101), 55-66.
SANDEFUR, R. L. Access to civil justice and race, class, and gender inequality. Annual Review of Sociology Book 34. Edição do Kindle.
SANTOS, B. de S. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
SUSSKIND, R. Online Courts and the Future of Justice. Oxford: Oxford University Press, 2019.
TRINDADE JÚNIOR, S. C. (org.); TAVARES, M. G. da C. (org.). Cidades ribeirinhas na Amazônia: mudanças e permanências. 1. ed. Belém: EDUFPA, 2008.
VASCONCELOS, A. G. de. As múltiplas dimensões da cooperação judiciária na administração da justiça brasileira. In: DIDIER JR., F.; CABRAL, A. do P. Grandes Temas do Novo CPC. Cooperação Judiciária Nacional. Salvador: JusPodivm, v. 16, 2021.
WOLKOMER, A. C. Pluralismo jurídico, direitos humanos e interculturalidade. Revista Seqüência, nº 53, p. 113-128, dez. 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado simultaneamente sob uma Licença Creative Commons Attribution [6 meses] após a publicação, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) somente seis meses após a efetiva publicação na Revista, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).